Somos todos humanos, after all...

Vivemos absortos em nossos pensamentos e na lista de pendência que mantemos em nossa mente todos os dias. Se já é raro conseguirmos arrumar tempo para ouvir a quem amamos, imagine a estranha proposta de ajudarmos a um estranho, não é mesmo?
Me lembro de ter vivido tempos tão difíceis emocionalmente falando, que as lágrimas escorriam sem pudor diante de estranhos onde quer que eu estivesse. Talvez esse momento seja o contato mais direto com o que realmente somos, livre de ego, vaidade ou qualquer outra proteção.
E todas as vezes que isso aconteceu, por incrível que pareça e apesar de viver em São Paulo, cidade que dizem ser uma das mais frias e indiferentes com o lado humano, recebi amostras de carinho e empatia de estranhos completos.
Certa vez me deparei com uma moça que chorava muito num ônibus, final de horário comercial, provavelmente voltando pra casa. Resolvi devolver aquele gesto já tantas outras vezes havia recebido, e foi aceito. Às vezes o que precisamos é de um pouco, ou muito, afeto. Nem que seja de um outro ser humano com sentimentos como os nossos.

Repensando hoje a vida, sei que cometo tantos e tantos erros, magoo pessoas muitas vezes, banco a durona outras tantas vezes, e sempre estou rindo por aí. Mas também tenho meus dias ruins. Também tenho a lágrima que rola rosto abaixo sem pedir permissão. E sempre me surpreendo com a caridade com que sempre sou acolhida. Por estranhos. Por humanos.

Na vida, aprendi: vivemos interdependência. Não há motivo para estar aqui, se este for só aumentar os ganhos materiais, nutrir o próprio corpo, querer o melhor só para si. Viver é ser uma pessoa através de outras pessoas.

Ass: AL